Dourados, 17 de Julho de 2025

ENTREVISTA COM O DIRETOR DO CONSÓRCIO GUAICURUS, THEMIS DE OLIVIERA
ENTREVISTA COM O DIRETOR DO CONSÓRCIO GUAICURUS, THEMIS DE OLIVIERA
ENTREVISTA COM O DIRETOR DO CONSÓRCIO GUAICURUS, THEMIS DE OLIVIERA

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O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, foi o entrevistado desta quinta-feira (17) do programa “A Banca”, da Rede Top FM, e abordou o transporte coletivo urbano em Campo Grande (MS), destacando a CPI do Ônibus, criada pela Câmara Municipal para investigar o serviço oferecido no município, a gratuidade do transporte e a idade da frota de ônibus disponibilizada na Capital.

“Já comecei meu trabalho à frente do consórcio pegando CPI pela frente, que eu acho que é um momento ímpar, um momento muito bom para se restaurar ou começar novamente a discutir o transporte público em Campo Grande. Ela começou de um jeito manco, na minha avaliação, penso, olhando só a questão dos ônibus, cadê a frota, como é a frota, porque da frota, e depois ela percebeu, durante o transcorrer da CPI, que transporte público é muito mais que só frota”, declarou.

Ele acrescentou que é preciso também tratar da regulação do contrato, que necessita ser olhada. “Temos de estabelece se esse contrato fica de pé ou não e se a cidade vai ter um serviço adequado ou não. Ainda abordou a questão da mobilidade e do ponto de vista da infraestrutura da cidade, que, para mim, é um dos grandes problemas, talvez o maior problema porque você está com passageiros dentro de ônibus novos, mas levando as mesmas uma hora e meia para sair das Moreninhas e chegar ao Shopping Campo Grande, dando a sensação de um transporte ruim”, argumentou.

Para Themis de Oliveira, com a CPI está sendo possível ampliar essa discussão da mobilidade em Campo Grande e colocar o dedo em vários pontos que precisavam ser olhados. “É um momento que eu avalio como positivo esse primeiro semestre. Do ponto de vista interno da empresa também, nós andamos comparando o primeiro semestre de 2024 com o primeiro semestre de 2025 e diminui o turnover, isto é, taxa de rotatividade de funcionários, de 16% para 4,5%. Isso aí me diz o quê? Que eu troquei menos os funcionários e com isso eu tive mais tempo para treiná-los, para adaptá-los, para ter gente com mais consistência fazendo e oferecendo esse transporte para a cidade de Campo Grande”, detalhou.

O diretor do Consórcio Guaicurus ainda completou que o centro do problema do transporte coletivo urbano em Campo Grande é o contrato e não a frota. “Porque, no caso da frota, nenhum empresário de transporte coletivo urbano quer veículos velhos. Porque a hora que a frota envelhece, o seu negócio perde valor. Um ônibus com dois anos vale X, enquanto um ônibus com cinco anos, com dez anos, vale X dividido por cinco, então, o seu negócio perde valor a hora que a frota envelhece”, argumentou.

Na avaliação dele, a questão do porquê de a frota estar velha é porque não foi adequada a tarifa que foi oferecida para o consórcio. “Porque as gratuidades continuam e, hoje, um dado interessante, são 35%, em torno de 35%, todo passageiro que entra dentro de um ônibus do consórcio é através de uma gratuidade. E o consórcio não recebe essa plenitude, recebemos um pedaço, recebemos hoje, objetivamente, o estudante da rede municipal, o estudante da rede estadual e um pedaço dos idosos”, revelou.

Themis de Oliveira ainda completou que os estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e das faculdades privadas não pagam pelo transporte coletivo urbano e a União não paga por eles e nem as instituições privadas pagam pelos seus acadêmicos. “Às vezes, eu tenho alguém fazendo um curso de Medicina, pagando uma faculdade de R$ 17 mil e andando de graça no ônibus porque é estudante. Hoje, nós só recebemos dos estudantes da rede pública municipal e da rede pública estadual”, afirmou.

Por isso, conforme o diretor, 35% de todos os passageiros já entram gratuitamente e o Consórcio Guaicurus recebe 15% no máximo desses passageiros. “O resto o consórcio tem arcado com isso, tem de bancar. Isso quebra o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e reduz a capacidade financeira para ir ao mercado, aos bancos e buscar financiamento para comprar novos ônibus, para renovar a frota. Necessitamos renovar? Sim, e para ontem, o negócio necessita disso para ganhar valor, para ele manter o seu valor. Mas eu não consigo fazer isso hoje porque eu não tenho uma tarifa ajustada ainda, não tenho as gratuidades pagas”, reclamou.

Ele explicou que, quando se fala em subsídio, na verdade não é o subsídio, o subsídio está realmente só pagando parte das gratuidades. “Não tem subsídio que eu possa investir, mas, hoje, se já me pagar as gratuidades, já voltava a ter um equilíbrio importante. Então, como eu estava comentando agora há pouco, a questão de trazer o contrato para a discussão, a regulação do contrato foi um grande ganho para a o consórcio”, assegurou.

Assista a entrevista completa pelo link:

Fonte: Diário MS News

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