Dourados, 12 de Julho de 2025

A FARSA DOS “PRIVILÉGIOS FISCAIS” E O ATAQUE À CLASSE TRABALHADORA

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Nas últimas semanas, o governo Lula, através de seus principais porta-vozes — Fernando Haddad e Guilherme Boulos —, tem repetido exaustivamente a ideia de que o Brasil desperdiça mais de R$ 800 bilhões por ano em “privilégios fiscais” para banqueiros e super ricos. A narrativa é conveniente: pinta os adversários como inimigos do povo e justifica mais impostos e controle estatal. O problema? Ela é mentirosa.

Não existe documento oficial que comprove essa cifra. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 fala em R$ 587 bilhões de renúncia fiscal. Uma diferença de quase R$ 300 bilhões do número que Lula e Boulos jogam ao vento. Mas a mentira maior está em outra parte: esses “privilégios” não beneficiam banqueiros — beneficiam, em sua maioria, a classe média, os pobres e os pequenos empreendedores.

A maior renúncia fiscal do Brasil vem do Simples Nacional, um regime que favorece micro e pequenas empresas — aquelas que, mesmo sufocadas por impostos, encargos e burocracia, geram 80% dos empregos do país e representam 99% dos CNPJs ativos. É o dono da borracharia, a manicure, o mecânico do bairro, a pequena confecção. É o povo que trabalha, que cria, que faz girar a economia apesar do Estado — não por causa dele.

O governo, em vez de reconhecer e proteger essa força silenciosa e produtiva, trata esse grupo como privilegiado. Em vez de separar quem abusa do Simples para esconder faturamento milionário, quer nivelar todos por baixo. É preguiça administrativa com verniz ideológico. Mais fácil punir milhões de brasileiros honestos do que fazer o dever de casa.

A segunda maior “renúncia” que Lula quer extinguir é a isenção da cesta básica. Arroz, feijão, farinha, leite, queijo, frutas — alimentos que impactam diretamente o prato do trabalhador. São cerca de R$ 50 bilhões em tributos não cobrados que ajudam o brasileiro a comer. O governo quer taxar até o pão da padaria, mas faz discurso em nome dos pobres. Paradoxo? Não. É má-fé mesmo.

E não para por aí. O governo também quer acabar com as deduções no Imposto de Renda para despesas médicas com planos de saúde — medida usada majoritariamente pela classe média. A conta é simples: mais gente saindo do sistema privado significa mais pressão sobre o SUS, que já está colapsado. No fim, o mais pobre será o maior prejudicado, disputando ainda mais espaço na fila da saúde pública.

Mais R$ 28 bilhões são considerados “privilégios” apenas porque representam isenção de IR para aposentados com doenças graves ou vítimas de acidentes. Isso não é privilégio. É humanidade. Acabar com esse direito é uma perversidade institucional.

Enquanto isso, os verdadeiros privilegiados seguem intocados. Grandes bancos lucram bilhões explorando juros extorsivos — até 400% no rotativo do cartão —, protegidos por um sistema que criminaliza o pequeno devedor e estimula a especulação. A elite político-financeira continua blindada, muitas vezes com recursos e patrimônios protegidos no exterior, quando não blindados por conexões partidárias.

Mas para a propaganda oficial, o vilão é o pequeno empresário, é quem tenta pagar o plano de saúde para não morrer na fila do hospital, é o idoso doente que recebe um pouco a mais para sobreviver. Esse é o Brasil da inversão moral, onde o discurso progressista serve como cortina de fumaça para um projeto de poder autoritário, disfarçado de justiça social.

Não se engane: o governo não quer cortar privilégios — quer cortar sua comida, seu trabalho, seu atendimento médico e sua dignidade. A mentira tem preço, e ele será cobrado de quem menos pode pagar.

É hora de abrir os olhos. Eles mentem — e querem que você pague a conta.

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