Dourados, 02 de Outubro de 2025

BRASIL LIDERA EXTERMÍNIO DE PESSOAS TRANS NA AMÉRICA LATINA EM 2024
BRASIL LIDERA EXTERMÍNIO DE PESSOAS TRANS NA AMÉRICA LATINA EM 2024
BRASIL LIDERA EXTERMÍNIO DE PESSOAS TRANS NA AMÉRICA LATINA EM 2024

Publicado em:

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on email

O Brasil é o país que mais mata pessoas trans da América Latina e Caribe, segundo um levantamento feito pela Rede Nacional de Pessoas Trans – Brasil (RedeTrans), em parceria com a Trans Murder Monitoring 2024. De acordo com o estudo, este é o 17º ano em que o País lidera o ranking, com 70% dos casos.

Segundo dados divulgados pelo Dossiê: Registro Nacional de mortes de pessoas trans no Brasil em 2024, publicado nesta quarta-feira, 29, em 2024, foram registrados 350 assassinatos, sendo 255 deles na América Latina e Caribe — liderados por Brasil, México e Colômbia.

Os números foram coletados entre os dias 1º de outubro de 2023 e 30 de setembro de 2024. Outros dados alarmantes apontam que, deste total, 94% foram feminicídios, ou seja, as vítimas eram mulheres trans ou transfemininas. Ao todo, 93% dos assassinatos relatados foram de pessoas negras ou pardas, apresentando um aumento de 14% em relação ao ano passado.

Cerca de 46% dos assassinatos foram tiroteios e, deste recorte, cerca de 34% dos assassinatos registrados ocorreram na rua e 22% na própria casa da vítima. A maioria das vítimas tinha entre 19 e 40 anos. Sendo que um terço tinha entre 31 e 40 e um quarto entre 19 e 25.

São Paulo, Minas Gerais e Ceará são os Estados com mais casos. São Paulo é o Estado com mais registros de assassinatos de pessoas trans, com 17 casos, segundo os dados levantados pela Rede Trans Brasil. Seguido por Minas Gerais, com 10 casos, e Ceará, com nove casos.

A secretária adjunta de comunicação da Rede Trans Brasil, Isabella Santorinne, comemorou a queda no número de assassinados no Brasil em comparação ao ano passado, onde o número era de 119. No entanto, ela aponta que há um longo caminho a ser percorrido.

“A queda no número de mortes de pessoas trans em relação a 2023 é um pequeno alívio, mas não podemos ignorar que elas ainda acontecem. Isso reflete como o Brasil está em um processo lento e desigual de mudança. Apesar de avanços em debates públicos e maior visibilidade, a violência e o preconceito ainda são uma realidade para muitas pessoas trans. Essa trajetória mostra que, embora existam sinais de progresso, a luta está longe de acabar”, explica Santorinne em entrevista ao Terra.

De acordo com ela, são necessárias mais políticas públicas, educação sobre respeito às diferenças e ações concretas para garantir que as vidas de pessoas trans sejam protegidas e valorizadas no país. “O Brasil precisa ir além dos números e construir uma sociedade onde essas mortes não sejam mais uma estatística”, diz.

“Ter esses dados mensurados permite entender a gravidade da situação, identificar padrões de violência e cobrar ações efetivas de governos e instituições. Faltam políticas públicas voltadas para a proteção de pessoas trans. […] É urgente criar ações que promovam educação inclusiva, empregabilidade, acesso à saúde e segurança, além de garantir que crimes transfóbicos sejam devidamente investigados e punidos”, afirma a secretária.

Gabriella Reis/Redação Terra

Fonte: Contraponto MS

Veja
também

Curta nossa página no Facebook

E fique por dentro dos acontecimentos em Dourados e região