Dourados, 01 de Julho de 2025

Antártica cria gelo e gera dúvidas entre cientistas sobre mudanças climáticas
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Pesquisadores da renomada Academia Chinesa de Ciências revelaram uma mudança significativa no comportamento da camada de gelo da Antártica. Após uma década marcada por perdas alarmantes, o continente congelado apresentou um ganho líquido de massa entre 2021 e 2023, uma virada inesperada no cenário das mudanças climáticas.

Vale mencionar que a descoberta foi publicada na revista Science China Earth Sciences e envolveu especialistas da Universidade Tongji e da Universidade Normal de Pequim.

Os dados analisados abrangem de abril de 2002 a dezembro de 2023, e foram obtidos a partir das missões satelitais GRACE e GRACE-FO, que monitoram variações no campo gravitacional da Terra.

As análises indicam que a Antártica ganhou, em média, 108 gigatoneladas de gelo por ano no triênio mais recente, uma inversão expressiva frente à perda média de 142 gigatoneladas anuais registrada entre 2011 e 2020.

É importante mencionar que esse ganho de gelo foi atribuído a episódios anômalos de precipitação, especialmente intensificados por um raro evento de La Niña, que aumentou a umidade sobre o leste antártico.

Regiões antes consideradas relativamente estáveis, como Wilkes Land, Queen Mary Land, Totten, Denman e Baía de Vincennes, apresentaram sinais de recuperação parcial, com acúmulo de neve suficiente para reduzir temporariamente o impacto sobre o nível do mar em cerca de 0,3 milímetro por ano.

Entretanto, especialistas alertam que essa reversão pode ser apenas um soluço estatístico. Isso porque a tendência geral ainda aponta para um derretimento acelerado, causado por oscilações de temperatura do oceano Austral e declínio no acúmulo de neve.

Outro detalhe importante é o impacto potencial desse fenômeno em regiões costeiras. No caso do Brasil, onde aproximadamente 60% da população vive em áreas litorâneas, cada milímetro no nível do mar influencia diretamente em políticas públicas e investimentos em infraestrutura.

Dessa forma, vale lembrar que a possibilidade de instabilidade no leste da Antártica, considerado por décadas um “gigante adormecido”, gera preocupação entre oceanógrafos.

Além disso, os dados reforçam a necessidade urgente de monitoramento contínuo da criosfera. A Antártica armazena mais da metade da água doce do planeta e continua sendo um fator decisivo para as projeções futuras do clima. Sendo assim, confiar em eventos isolados de recuperação pode levar a interpretações equivocadas.

Fonte: Tribuna de Minas

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