A decisão da Prefeitura de devolver R$ 440 mil destinados por ex-deputados estaduais, através de emendas ao orçamento do Estado, para socorrer a saúde pública de Dourados ainda repercute e vem sendo pauta dos principais veículos de imprensa de Mato Grosso do Sul.
E não é para menos. Afinal, nunca na história de Dourados os serviços oferecidos à população local e de outros 33 municípios esteve tão mal: falta de tudo – de respeito a direitos trabalhistas a papel higiênico nas unidades de saúde.
O caos voltou à tona com a recusa da Prefeitura de utilizar emendas dos ex-deputados Marçal Filho (PP), Barbosinha (PP) e Marcio Fernandes (MDB) para comprar castramóveis, equipamentos e insumos hospitalares. Especula-se que a motivação seja, também, política, uma retaliação do prefeito Alan Guedes (PP).
Mas, a justificativa de que os valores estão defasados não convenceu ninguém na cidade, e o Conselho Municipal de Saúde decidiu, na segunda-feira (17), abrir sindicância para investigar o caso, diante de evidências de que a administração municipal protelou a utilização do dinheiro, cujas razões são nebulosas.
Ouvido pela Folha de Dourados, o radialista Marçal Filho estranhou a devolução dos recursos. “Não se devolve dinheiro, se faltou, complemente-se, mas ofereça os serviços à população”, disse explicando que os R$ 150 mil para comprar um castramóvel (o outro, no mesmo valor, seria adquirido com recursos de Marcio Fernandes) foi disponibilizado em maio de 2021. “De lá para cá, defasou mesmo”, com a demora de dois anos.
Contudo, para Marçal Filho injustificável mesmo é a devolução de outra emenda dele, de R$ 100 mil, que seria utilizada para comprar insumos, como material para uso de dentistas nos postos de saúde e outros medicamentos. “Eles não explicaram isso e não dá para entender”, disse.
“Eu não quero entender que a devolução de minhas duas emendas seja por razões políticas, pelo fato de eu ser oposição a Alan Guedes”, afirmou Marçal Filho.